sexta-feira, 4 de julho de 2014

ILUMUNAR-SE

 PENSE NISSO
(Professor José Herculano Pires)
Embora desnecessárias, quanto ao estudo do Espiritismo, além da recomendação do
saudoso Prof José Herculano Pires, transcrevemos abaixo as seguintes recomendações:
- De "O Livro dos Médiuns" (Allan Kardec) - Cap. XXXI - Dissertações Espíritas
IX - "Espíritas! amai-vos, eis o primeiro mandamento; instruí-vos, eis o segundo".
Essa recomendação é creditada a Jesus, tendo sido recebida por um dos melhores
médiuns da Sociedade Espírita de Paris.
Kardec anota sobre a mensagem: “reconhecemos a superioridade incontestável da
linguagem e das idéias, deixando que cada um julgue por si mesmo se aquele de quem ela
traz o nome não a renegaria”.
- De "O CONSOLADOR" (Emmanuel)
Questão 392: - Pode contar um médium, de maneira absoluta, com os seus guias
espirituais, dispensando os estudos?
R: - (...) O médium tem obrigação de estudar muito, observar intensamente e trabalhar
em todos os instantes pela sua própria iluminação. Somente desse modo poderá habilitarse
para o desempenho da tarefa que lhe foi confiada, cooperando eficazmente com os
Espíritos sinceros e devotados ao bem e à verdade.
 A voz do coração
Encontramos, no seio da cultura greco-romana, a origem da relação existente entre coração e sentimentos.
Naquela época não se conheciam as diversas funções cerebrais e, além disso, o coração é o órgão que registra de maneira mais sensível a variação de nossas emoções.
Quem nunca sentiu o coração disparar ao abraçar um grande amor, ao levar um susto, ao sentir medo, ao sentir raiva?
A origem da palavra coração é um tanto incerta. Na Grécia Antiga, havia a palavra kardia, amplamente utilizada até hoje na língua portuguesa, como é o caso, por exemplo, do vocábulo cardíaco.
Em Roma, tínhamos a palavra cor ou cordis, das quais deriva uma infinidade de palavras que dão a ideia da ligação entre o coração e os sentimentos.
Tal é o caso da palavra concordar, formada pelas palavras latinas con e cordis, isto é, com coração. Ou seja, quando duas pessoas concordam, é porque seus corações estão juntos, unidos.
Recordar, por sua vez, quer dizer trazer novamente ao coração, da mesma forma que saber de cor significa saber com o coração.
Como último exemplo, temos o vocábulo coragem que significa viver com o coração, ou seja, viver de acordo com o que diz o coração.
Embora os avanços da neurociência e a descoberta de como se processam nossas emoções, a verdade é que o coração continua a ser, figuradamente, a sede dos sentimentos.
Expressões como o amor que há em meu coração, por exemplo, são bem comuns em nossa sociedade.
O próprio Jesus utilizou-se dessa figura de linguagem. O Evangelista Mateus, no capítulo onze de seu Evangelho, registra as palavras do Cristo: Tomai sobre vós o meu jugo e aprendei de mim, porque sou manso e humilde de coração.
*   *   *
Você já parou hoje para ouvir a voz de seu coração?
Em nossas vidas, tantos são os compromissos, as responsabilidades, que passamos semanas sem darmos um minuto de atenção a nós mesmos.
De repente, ao longo do dia, sentimos aquela vontade quase irresistível de telefonarmos para nossos pais, para nosso marido, esposa e simplesmente dizermos: Oi, tudo bem? Eu te amo!
Nosso coração anseia por tal gesto, mas tantos são os deveres a serem cumpridos, as metas a serem alcançadas, que simplesmente deixamos para depois. E esse depois nunca chega.
Então nos lembramos daquele velho amigo tão querido, que há tempo não vemos. O coração se enche de saudades e pede para que façamos uma ligação, marquemos um encontro, convidemos para um jantar.
Porém, nesta semana, a agenda está cheia de compromissos e na outra também. Por isso, deixamos para daqui duas semanas. Mas as obrigações são diversas. As duas semanas se passam e com elas a lembrança da ligação.
*   *   *
A voz do coração é doce, melodiosa, terna, humilde. É um convite gentil.
Jamais se impõe e jamais se contradiz.
Entretanto, para ouvi-la, é necessária a conscientização da alma, a entrega dos sentidos e o desapego das horas.
Conscientize-se. Sinta. Entregue-se. Desapegue-se.
Ouça o seu coração.

Redação do Momento Espírita.
Em 24.6.2014.
Onde vive nosso eu verdadeiro
Tua vida, meu irmão, é uma casa afastada de todas as outras casas, onde vive teu eu verdadeiro, bem diferente das aparências que os homens chamam com teu nome.
Se essa casa for escura ou vazia, não poderás iluminá-la com as lâmpadas de teu vizinho nem enchê-la com os seus bens.
E se estiver no deserto, não a poderás transferir para um jardim plantado por outros, e se estiver no pico de uma montanha, não poderás baixá-la para um vale onde os caminhos foram abertos por outros pés.
Nossas vidas interiores, meu irmão, são rodeadas pelo isolamento e a solidão. Sem eles, tu não serias tu e eu não seria eu.
Sem eles, confundirias tua voz com a minha voz, e quando olhasses no espelho, não saberias se estavas vendo-te a ti mesmo ou a mim.
*   *   *
As palavras de Khalil Gibran calam fundo na alma...
Não somos a imagem que vemos no espelho. Não somos as aparências. Nessa casa, afastada de todas as outras, vive nosso eu real, eu Espírito.
E cada um deve iluminar a sua casa com suas próprias conquistas. As lâmpadas dos vizinhos nos seduzem, até nos inspiram, mas nossa iluminação precisa vir de dentro.
Não adianta casar com alguém bom para viver a bondade. Não adianta receber um amor infinito para termos amor para sempre. Não adianta estarmos próximos a pessoas felizes para vivermos a felicidade.
Os bens do outro são do outro. Podemos até usufruir deles, pela bondade divina, mas apenas como forma de motivação, para que tenhamos forças e exemplo para lograr os nossos próprios, ao nosso tempo.
Se essa nossa casa estiver ainda no deserto, caberá a nós, apenas a nós, transformar a aridez em jardim florido.
E todos os caminhos precisam ser abertos por nossos próprios pés...
Somos individualidades. Não há um ser igual ao outro neste Universo. E dentro de cada individualidade há uma espécie de solidão, um lugar onde todos estamos sós.
Solidão que machuca enquanto ainda somos mais sombra do que luz, mas que depois se harmoniza e se transforma em solitude – uma unidade saudável da criatura com o Criador.
Nosso Pai reservou plano especial no Universo para cada um de nós. Não há insignificância alguma no Cosmo, por menor que possamos nos imaginar.
Acreditar-se pequeno, ou insignificante é, ainda, típico de quem não se encontrou em profundidade, de quem não conhece sua própria casa no Universo.
Somos grandes, somos capazes, somos parte de um todo perfeito, por isso somos fadados à perfeição individual.
*  *   *
Quando a sombra de um desânimo qualquer desejar bater à porta de nossa casa, lembremos da grandiosidade do Universo e de que fazemos parte disso tudo. Lembremos de que somos importantes.
Não permitamos que as distrações ou as vicissitudes da vida enfraqueçam nossas forças. Elas são parte do ensino apenas, do ensino desta grande escola chamada Terra.
*   *   *
Tua vida, meu irmão, é uma casa afastada de todas as outras casas, onde vive teu eu verdadeiro, bem diferente das aparências que os homens chamam com teu nome.

Redação do Momento Espírita,com base em trecho
do texto
Isolamento e solidão, do livro Curiosidades
belezas, de Khalil Gibran, ed. ACIGI.
Em 4.7.2014.

Tempos atuais

O DIRIGENTE NO TRABALHO ESPÍRITA


Francisco Rebouças
É, bastante comum no nosso movimento, encontrarmos à frente de algumas instituições espíritas, dirigentes absolutamente despreparados para exercerem tão sagrada função que requer antes de qualquer coisa, preparo adequado que só se obtém através de um estudo aprofundado da doutrina espírita, utilizando-se da codificação elaborada por Allan Kardec através dos ensinamentos dos Espíritos Superiores sob a orientação maior de Jesus.
Não mais se justifica em nossos dias, escolher para desempenhar tão sublime missão, alguém sem as necessárias características para a função, simplesmente por ser nosso amigo particular, nosso parente, por ser bonito, bem sucedido na vida material, por ser falante, por ter prestígio, etc. etc., é necessário antes de qualquer indicação nossa, uma reflexão sobre os efeitos que nossa escolha irresponsável poderá produzir de maléfico à causa maior que professamos e à casa que freqüentamos.
Embora as atividades executadas na seara espírita, sejam realizadas em sua grande maioria pelo trabalho voluntário, onde todos indistintamente, sentem-se chamados a prestar colaboração nos serviços de caridade, oferecidas pelas casas espíritas é indispensável que o dirigente procure capacitar o trabalhador antes de encaixá-lo num trabalho, procurando alertá-lo para as responsabilidades que está assumindo, para que esse trabalhador não mais proceda como tantos outros, que mais se assemelham a "turistas"; que agem sem regularidade ou assiduidade, que aparecem para trabalhar quando querem, como se estivessem fazendo um favor ao vir dar uma "mãozinha" no dia em que acham conveniente fazê-lo.
A Doutrina Espírita nos reformulou esses conceitos equivocados, quando nos incita a uma participação responsável, a uma conduta operante e a uma assiduidade que tornará a tarefa passível de ser realizada com êxito, e que pede acima de tudo que sejamos participativos, executando com prazer as nossas tarefas no auxílio ao necessitado de hoje.
Ser espírita, é também ter responsabilidade, pessoal, familiar, social, ser honesto nos propósitos de melhoria interior, procurando tirar proveito de mais esta oportunidade que a misericórdia divina nos está concedendo, de estudar, trabalhar e assumir tarefas, observando o fim útil de laborarmos com empenho no mundo material visando o nosso retorno à pátria espiritual em melhores condições íntimas do que quando aqui chegamos.
Outrora se acreditou que bastava a boa-vontade nos serviços a serem realizados aos desvalidos da sorte, que se encontram em situação de penúria moral ou física que tudo estaria resolvido. Embora seja a boa vontade, muitas vezes a alavanca que nos impulsiona ao encontro do outro, representando a nossa disposição em servir, para que a semeadura seja proveitosa e a colheita farta, é preciso que o trabalho de esclarecimento seja sedimentado na qualificação e conhecimento doutrinário.
O trabalhador da Seara Espírita precisa entender que sua participação nas atividades da Casa Espírita que freqüenta, não será uma realização apenas em proveito do outro, mas e principalmente em seu próprio benefício. É a grande oportunidade de começar o aprendizado de humildade, doação, permuta de experiências,renúncia e qualificação mútua.
Os problemas que aparecem, os atritos que surgem dentro das tarefas que participa, são os espinhos que ele deve aprender a transpor de maneira inteligente. Preciso é que esteja sempre disposto a reciclar seus conhecimentos, não se achando eternamente sabedor de tudo, entendendo que na vida tudo progride e que o trabalhador de qualquer atividade espírita ou não deve acompanhar a evolução da ciência em franco processo de desenvolvimento.
Precisa, também, entender que as atividades das quais toma parte, não são exclusividade sua e que por isso mesmo deve compartilhar suas idéias, seus conhecimentos, com seu semelhante, procurando uma convivência pacífica e harmoniosa com seus irmãos de ideal, contribuindo desse modo para um melhor desenvolvimento do trabalho, visando exclusivamente o êxito a que se destina, ou seja, o atendimento ao carente daquela atividade seja ela qual for, de cunho material ou espiritual.
Sua participação equilibrada na convivência com os outros que têm o mesmo objetivo, evitarão as lutas pelo poder dentro dessas atividades fortalecendo o ambiente vibratório do grupo, oferecendo oportunidade, para que todos participem de maneira proveitosa e responsável da estrutura organizacional da Instituição que freqüenta, entendendo que também precisa ser um afiado instrumento nas mãos dos abnegados trabalhadores da espiritualidade superior, alistando-se definitivamente como mais um soldado ativo no batalhão do exército do bem. Nesse aspecto, o estudo, a reflexão, a prece e o comprometimento com a atividade do Cristo tornam-se indispensáveis, para que o tarefeiro execute suas atividades desde as mais simples, até as mais complicadas e específicas, com esmero, competência e alegria.
O dirigente da casa espírita, é sempre visto como aquele que tem a responsabilidade maior e que por isso tem que assumir todas as falhas e se desdobrar para cobrir a irresponsabilidade dos outros dirigentes das tarefas da instituição, pois é ele o dirigente maior da casa e tem o dever de estar atento aos possíveis desajustes que venham a ocorrer em qualquer atividade ou tarefa sejam no âmbito administrativo ou religioso.
Deve proceder também no trabalho de conscientização dos demais trabalhadores para suas responsabilidades, e para isto tem ele que ter moral elevada, sedimentada no conhecimento da doutrina, elevado padrão moral, conduta exemplar, presença constante nos trabalhos desenvolvidos pela instituição, empenho na resolução dos problemas que lhe são apresentados, tornando-se exemplo para os demais tarefeiros da casa em que é o principal responsável, para não servir de chacota por não ter o devido preparo que dele se exige.
O posto de dirigente, não pode ser ocupado por quem não tenha a necessária estrutura que o cargo requisita, em termos de responsabilidade e competência, já não podem ser tolerados os despreparos de dirigentes e coordenadores que envergam sobre si a responsabilidade de presidir, conduzir, decidir rumos e encontrarem soluções para os desafios da missão.
Vivemos a repetir que a Seara é grande e os trabalhadores são poucos, que diminuto número de tarefeiros executam tarefas de muitos, só que a própria direção das casas espíritas na sua grande maioria não se preocupa em treinar pessoas para enviar aos departamentos que precisam não somente de tarefeiros, mais sim de trbalhadores preparados, falamos até mesmo no preparo daqueles que exercem a direção das tarefas e que se julgam donos absolutos das mesmas, abraçam tudo para si, sem estender oportunidades a quem quer que seja, dificultando a ação dos demais, não admitindo concorrentes, sem que o dirigente maior da casa, tome qualquer providência para sanar esse inconveniente, que tanto prejuízo causa ao bom desenvolvimento dos trabalhos.
E porque isso ainda acontece em nosso movimento Espírita?, exatamente pela falta de dirigentes qualificados, que por não possuírem acurado conhecimento da doutrina, não são capazes de dividir adequadamente as tarefas de acordo com a aptidão demonstrada por cada indivíduo para esse mister; por não investi-lo de responsabilidade em tudo que for fazer para que se empenhe na realização das tarefas com amor e alegria; por não alertarem ao indivíduo que a tarefa não é exclusividade de ninguém; por não prepararem com carinho e atenção os futuros dirigentes da casa das quais são hoje os maiores responsáveis; por não entenderem que ninguém é eterno e que serão responsabilizados na espiritualidade pelos futuros fracassos das casas que dirigem, em virtude de sua negligência no preparo de seus sucessores; em fim, por não serem portadores da devida competência para tomarem todas as necessárias precauções na busca de uma salutar convivência de todos os tarefeiros visando o crescimento e o sucesso das atividades, construindo dessa forma um futuro seguro e promissor para a instituição.
Por isso, meus queridos irmãos e amigos, na escolha dos nossos dirigentes é, preciso que tenhamos o devido cuidado de escolher com responsabilidade os companheiros de lide espírita para o exercício de comando das nossas instituições espíritas, para que não nos tornemos indiretamente responsáveis pelo mau desempenho das atividades em nossas casas religiosas, e também não venhamos a nos arrepender tardiamente, de uma escolha impensada irrefletida, irresponsável, pois a tarefa espírita cristã não comporta improvisos, o dirigente limitado, despreparado, será o primeiro entrave de que a instituição terá que se livrar.
O crescimento do espiritismo no mundo, está na dependência do que fizermos com ele, se o utilizarmos adequadamente, como nos ensinaram os imortais da vida maior, por certo mais cedo estaremos recebendo os benefícios de sua implantação no coração do nosso semelhante, ajudando desta maneira na transformação moral do nosso planeta para que ele possa galgar o próximo degrau na escada do progresso alcançando o patamar de planeta de regeneração, a que todos nós tanto almejamos.


texto - http://terraespiritual.locaweb.com.br/espiritismo/artigo994.html
imagem - oconsolador.com.br