terça-feira, 28 de junho de 2016

VÍTIMAS DE NÓS MESMOS

Quantas pessoas do nosso convívio conseguem nos tirar do sério? Quantas pessoas que conhecemos, conseguem nos fazer perder a paciência?
Frequentemente usamos dessas expressões para justificar nossa descompostura ou desequilíbrio, ao culpar fulano ou beltrano.
Agora nos resta perguntar por que alguém consegue fazer­-nos perder a paciência, ou por que alguém é capaz de provocar uma mudança em nossa atitude.
E esses nossos descontroles cotidianos acontecem em qualquer ambiente.
Algumas vezes na família, outras tantas no trabalho. Ou, ainda, nas corriqueiras relações sociais.
E sempre estamos a justificar que a culpa é de alguém. Sempre estamos prontos a explicar que se não fosse essa ou aquela pessoa agir desta ou daquela forma, nada disso aconteceria.
Colocamos a culpa do descontrole em alguém, em algo e, ao nos tornarmos vítimas da situação, nada nos resta a fazer, pois afinal, o problema está nos outros e não em nós.
Mas, será que somos apenas reféns das situações, e realmente nada podemos fazer a não ser reagir a elas?
Lembremo-­nos da última contenda, da última discussão na qual nos envolvemos. Nada poderíamos ter feito para evitá­la? Nada estava ao nosso alcance para que a situação fosse minimizada?
Recordemo­-nos do nosso último desentendimento familiar. Será que a maneira como agimos e nos comportamos realmente era a única possível?
Ao fazermos essa breve análise, claro fica que poderíamos ter tido outras atitudes.
Poderíamos nos calar em algum momento, ao invés de soltar a palavra ácida e corrosiva. Poderíamos buscar o entendimento ao invés da provocação.
Poderíamos suavizar o tom de voz ao invés dos arroubos no falar.
Porém, se optamos por agir de outras maneiras, não foi culpa de ninguém, nem de situação nenhuma. Foi apenas uma opção pessoal.
Poderíamos ter pensado antes de falar, refletido antes de agir, mas preferimos a reação à ação. Enquanto a reação é irrefletida e calca-­se nos instintos, a ação é atitude pensada e amadurecida na reflexão.
Desta forma, ao dizer que perdemos a paciência, ao constatar que saímos do sério, somos responsáveis por essas atitudes. E, apenas vítimas de nós mesmos.
Jamais poderemos justificar que alguém nos faz perder a paciência. Ao contrário, somos nós que não temos a paciência suficiente para a situação que se apresenta.
Ou ainda, de maneira nenhuma poderemos acreditar que algo ou alguém nos faz sair do sério, nos faz perder a compostura.
A atitude tomada é sempre uma opção de cada um que, perante tal ou qual situação, não consegue ou não quer comportar­se de maneira mais digna ou melhor.
Assim, não mais nos permitamos ser vítima de nossas próprias atitudes ou reações.
Reflitamos antes do agir, pensemos mais detidamente antes de falar e, acima de tudo, compreendamos que todas as nossas relações sociais, por mais difíceis que nos pareçam, são lições abençoadas no aprendizado do amor ao próximo.
Redação do Momento Espírita.

O SILÊNCIO DA ALMA

[Um] motivo pelo qual o silêncio nos é tão perturbador [é este]: Assim que começamos a nos tornar silentes, experimentamos a relatividade de nossa mente comum cotidiana. Com essa mente medimos nossas coordenadas de espaço e de tempo, calculamos as probabilidades e contabilizamos nossos erros e acertos.   Trata-se de um nível de consciência muito útil e importante. É um estado mental tão útil e familiar que, facilmente, acreditamos seja tudo o que somos: a totalidade de nossa mente, nosso verdadeiro eu, nossa inteira significação.
A vida, o amor e a morte, frequentemente nos ensinam o contrário. Nos encontramos inesperadamente com o silêncio, em muitas reviravoltas inesperadas da estrada da vida, de maneiras imprevisíveis, em pessoas improváveis. Sua saudação possui um efeito que é, ao mesmo tempo, emocionante, pleno de maravilhamento, ainda que, frequentemente apavorante.   A cada momento, nossos pensamentos, medos, fantasias, esperanças, raivas e atrações, estão todos surgindo e desaparecendo. Nos identificamos, automaticamente, com esses estados, sejam eles passageiros ou, compulsivamente recorrentes, sem pensar o que pensamos. Quando o silêncio nos ensina o quão transitórios e, portanto pouco confiáveis, na verdade, são esses estados, confrontamo-nos com o terrível questionamento de quem somos nós. No silêncio precisamos lutar com a terrível possibilidade de nossa própria irrealidade.  
O pensamento budista faz dessa experiência, denominada anatman ou, o “não eu”, um dos principais pilares de sabedoria em seu caminho de libertação do sofrimento e, um de seus meios de iluminação essenciais. Incentiva-se o praticante budista a buscar essa experiência da transitoriedade interior e, em vez de fugir dela, mergulhar nela de cabeça, assim como fizeram, Meister Eckhart e os grandes místicos cristãos.  
É compreensível que anatman seja a idéia budista que representa o maior problema para as outras pessoas. Tão absurdo, tão terrível, tão sacrílego dizer que eu não existo. De fato, muito do antagonismo cristão ao anatman é infundado ou, fundamentado em interpretação errônea. Não quer dizer que não existimos, mas, que não existimos em autônoma independência, que é o tipo de existência que o ego gosta de imaginar que tem; o tipo de fantasia de ser Deus, com que a serpente tentou Eva. Trata-se da arrogância que, frequentemente, acomete as pessoas religiosas.  
Não existo independentemente, pois Deus é o fundamento de meu ser. À luz desse entendimento, lemos as palavras de Jesus no Novo Testamento, com percepção aprofundada: “Se alguém quer vir após mim, renuncie a si mesmo, tome sua cruz cada dia e siga-me…, mas, o que perder a sua vida por causa de mim, a salvará” (Lc 9, 23-24).   Caso, através do silêncio, possamos abraçar esta verdade do anatman, faremos importantes descobertas acerca da natureza da consciência. Descobriremos que a consciência, a alma, é mais do que o fantástico sistema cerebral que computa, calcula e, julga. Somos mais do que aquilo que pensamos. A meditação não é o que pensamos.  
Medite por Trinta Minutos…. Lembre-se: Sente-se. Sente-se imóvel e, com a coluna ereta. Feche levemente os olhos. Sente-se relaxado, mas, atento. Em silêncio, interiormente, comece a repetir uma única palavra. Recomendamos a palavra-oração “Maranatha”. Recite-a em quatro silabas de igual duração. Ouça-a à medida que a pronuncia, suavemente mas continuamente. Não pense nem imagine nada, nem de ordem espiritual, nem de qualquer outra ordem. Pensamentos e imagens provavelmente afluirão, mas, deixe-os passar. Simplesmente, continue a voltar sua atenção, com humildade e simplicidade, à fiel repetição de sua palavra, do início ao fim de sua meditação.

quinta-feira, 23 de junho de 2016

POR QUE ESQUECEMOS NOSSAS VIDAS PASSADAS?


Fábio José Lourenço Bezerra

                Uma vez que já reencarnamos várias vezes, por que, em geral, não lembramos dessas vidas anteriores?
                Na pergunta Nº392 de “O Livro dos Espíritos”, temos: “Por que perde o Espírito encarnado a lembrança do seu passado?”
                Resposta: “Não pode o homem, nem deve, saber tudo. Deus assim o quer em sua sabedoria. Sem o véu que lhe oculta certas coisas, ficaria ofuscado, como quem, sem transição, saísse do escuro para o claro. Esquecido do seu passado ele é mais senhor de si.”
                Na pergunta Nº393, temos: “Como pode o homem ser responsável por atos e resgatar faltas de que se não lembra? Como pode aproveitar da experiência de vidas de que se esqueceu? Concebe-se que as tribulações da existência lhe servissem de lição, se se recordasse do que tenha podido ocasionar. Desde que, porém, disso não se recorda, cada existência é, para ele, como se fosse a primeira e eis que então está sempre a recomeçar. Como conciliar isto com a justiça de Deus?
                Resposta: “Em cada nova existência, o homem dispõe de mais inteligência e melhor pode distinguir o bem do mal. Onde o seu mérito se se lembrasse de todo o passado? Quando o Espírito volta à vida anterior (a vida espírita), diante dos olhos se lhe estende toda a sua vida pretérita. Vê as faltas que cometeu e que deram causa a seu sofrer, assim como de que modo as teria evitado. Reconhece justa a situação em que se acha e busca então uma existência capaz de reparar a que vem de transcorrer. Escolhe provas análogas às de que não soube aproveitar, ou as lutas que considere apropriadas ao seu adiantamento e pede a Espíritos que lhe são superiores que o ajudem na nova empresa que sobre si toma, ciente de que o Espírito, que lhe for dado por guia nessa outra existência, se esforçará pelo levar a reparar suas faltas, dando-lhe uma espécie de intuição das em que incorreu. Tendes essa intuição no pensamento, no desejo criminoso que frequentemente vos assalta e a que instintivamente resistis, atribuindo, as mais das vezes, essa resistência aos princípios que recebestes de vossos pais, quando é a voz da consciência que vos fala. Essa voz, que é a lembrança do passado, vos adverte para não recairdes nas faltas de que já vos fizestes culpados (grifo nosso) . Em a nova existência, se sofre com coragem aquelas provas e resiste, o Espírito se eleva e ascende na hierarquia dos Espíritos, ao voltar para o meio deles.”
                Comentário de Kardec: “Não temos, é certo, durante a vida corpórea, lembrança exata do que fomos e do que fizemos em anteriores existências; mas temos de tudo isso a intuição, sendo as nossas tendências instintivas uma reminiscência do passado. E a nossa consciência, que é o desejo que experimentamos de não reincidir nas faltas já cometidas, nos concita à resistência àqueles pendores”
As diferenças morais e intelectuais, que verificamos entre as pessoas, resultam dos diferentes graus de evolução que possuem. Se são muito inteligentes e/ou bons, é que desenvolveram essas qualidades ao longo de suas várias existências no mundo material. Mesmo esquecendo os detalhes das vidas anteriores (memória factual) temporariamente durante a vida presente, os Espíritos encarnados conservam a memória intuitiva do que aprenderam em outras existências, e também, através de suas reflexões quando estão no mundo espiritual, acerca dos erros que cometeram, e isso os impele a formar sua personalidade atual, juntamente com tudo o que o ambiente proporciona durante a vida, principalmente na infância.
A tarefa, de nos aconselhar e lembrar, através da inspiração (como vimos acima), dos compromissos assumidos no mundo espiritual, também fica a cargo dos bons Espíritos, especificamente aqueles que se encarregaram de nos tutelar em nosso aprendizado e nos proteger.  São os Espíritos protetores e guias espirituais, popularmente conhecidos como anjos da guarda. Contudo, nem sempre acatamos suas sugestões, envolvidos que ficamos pelo mundo material.
A maior ou menor capacidade de aprender essa ou aquela matéria da escola, as tendências para essa ou aquela profissão, gostos, vícios, fobias (como a claustrofobia, que é o medo de ficar em lugares fechados), que não possuem explicação nesta existência, é devido ao que foi adquirido em vidas anteriores. Isso sem falar que o cérebro possui grande influência nesse processo, atuando como filtro, inibindo ou liberando essas potencialidades, dependendo do desenvolvimento ou não de suas partes constituintes, responsáveis por essa ou aquela função mental (memória, raciocínio, emoções, etc). A deficiência mental e a loucura, por exemplo, existem devido a essa influência. Espíritos de grande desenvolvimento intelectual podem estar aprisionados em um corpo cujo cérebro, pouco desenvolvido, os impede de manifestar sua inteligência (Ver o texto Terapia Mediúnica Mostra-se Eficaz em Pesquisa na USP, neste blog).
Vejamos o que disse Allan Kardec no livro “O Evangelho Segundo o Espiritismo”, no Capítulo V, na parte intitulada ESQUECIMENTO DO PASSADO:
“É em vão que se objeta o esquecimento como um obstáculo no sentido de que se possa aproveitar a experiência das existências anteriores. Se Deus julgou conveniente lançar um véu sobre o passado, é porque isso devia ser útil. Com efeito, essa lembrança teria graves inconvenientes; poderia, em certos casos, no humilhar estranhamente, ou exaltar o nosso orgulho, e, por isso mesmo, entravar o nosso livre-arbítrio; em todos os casos, traria uma perturbação inevitável nas relações sociais.
O Espírito renasce, frequentemente, no mesmo meio em que viveu, e se acha em relação com as mesmas pessoas, a fim de reparar o mal que lhes fez. Se reconhecesse nelas as que odiou, talvez seu ódio se revelasse; em todos os casos, seria humilhado diante daqueles que houvesse ofendido.
Deus nos deu, para nosso adiantamento, justamente o que nos é necessário e pode nos bastar: a voz da consciência e nossas tendências instintivas, e nos tira o que poderia nos prejudicar.
Ao nascer, o homem traz o que adquiriu; nasce como se fez; cada existência é para ele um novo ponto de partida. Pouco lhe importa saber o que foi; ele é punido porque fez o mal e suas tendências más atuais são indício do que resta nele a corrigir, sendo nisso que deve concentrar sua atenção, porque do que está completamente corrigido não lhe resta nenhum traço. As boas resoluções que tomou são a voz da consciência que o adverte do que é bem ou mal, e lhe dá a força para resistir ás más tentações.
De resto, esse esquecimento não ocorre senão durante a vida corporal. Reentrando na vida espiritual, o espírito retoma as lembranças do passado; isso não é, pois, senão uma interrupção momentânea, como a que ocorre na vida terrestre durante o sono, e que não impede de lembrar no dia seguinte o que se fez na véspera e nos dias precedentes.
Não é apenas depois da morte que o Espírito recobra as lembranças do passado; pode-se dizer que não as perde jamais, porque a experiência prova que na encarnação, durante o sono do corpo, quando goza de uma certa liberdade, o Espírito tem consciência de seus atos anteriores; ele sabe por que sofre, e que sofre justamente; a lembrança não se apaga senão durante a vida exterior de relação. Mas, á falta de uma lembrança precisa, que poderia lhe ser penosa e prejudicar suas relações sociais, ele haure novas forças nesses instantes de emancipação da alma, se sabe aproveitá-los.” 
            Imaginemos, por exemplo, um pai e seu filho nesta encarnação. Em uma vida passada, um deles matou, traíu, enfim, fez um grave malefício ao outro. Será que nesta encarnação, como pai e filho, eles teriam, através dos laços de parentesco, condições de reconciliação, caso lembrassem de tudo o que aconteceu? muito pouco provável. O esquecimento, neste caso, é muito útil, pois proporciona a oportunidade do rompimento da relação de ódio entre dois irmãos em Deus, a fim de que aquele que errou possa reparar seu erro, dedicando sua vida à sua vítima do passado.
        Imaginemos outra situação. Alguém está em perigo, por exemplo, ferido em um acidente automobilístico, ocorrido em um trecho de estrada deserta. Uma pessoa pára o seu carro e socorre a vítima, acalmando-a enquanto a ambulância chega. Esta pessoa foi quem chamou a ambulância. Em existência passada, a vítima do acidente foi gravemente ferida justamente por este que agora a socorre! algumas pessoas, por ódio, recusariam ajuda, caso lembrassem do caso. E que mérito teria aquele que ajudou, caso lembrasse? esquecendo os fatos da vida anterior, somente pelo sentimento de solidariedade, brotando espontaneamente de seu coração, para com a vítima do acidente, mostra que ele evoluiu, e ao mesmo tempo quita o seu débito para com a vítima.
        Assim, muito útil se mostra o véu que cobre a memória das nossas vidas anteriores. Facilita-nos a evolução, ao evitar as complicações sociais que as lembranças ocasionariam. Também nos garante que nossas ações brotam de nossa consciência, reflexo do que aprendemos em nossas experiências anteriores e no mundo espiritual, sinal de evolução do Espírito. Aprendizado este posto em prática no mundo material, fruto unicamente do nosso mérito, como bem explicou o Espírito Superior e Allan Kardec, nos textos acima.

Continua no texto "Por Que Esquecemos Nossas Vidas Passadas?  Parte 2 - A Infância", neste blog.


BIBLIOGRAFIA CONSULTADA

1 KARDEC, Allan. O Livro dos Espíritos: princípios da doutrina espírita. 76. ed. Rio de Janeiro: FEB, [1995].
2 _______________. O Evangelho Segundo o Espiritismo. 3.ed. São Paulo: Petit, [1997].

CIENTISTAS ENCONTRARAM FORTÍSSIMAS EVIDÊNCIAS DE DEUS

Fonte da imagem: http://evolucaoediversidade.blogspot.com.br/2015/02/super-interessante-01.html

Fábio José Lourenço Bezerra

      Como podemos saber que algo existe, se não o conseguimos perceber?
      A resposta óbvia para a pergunta acima é que, a partir dos efeitos que esse algo produz sobre coisas que percebemos, podemos deduzir a sua existência. Por exemplo, quando foi descoberta a força da gravidade, ninguém conseguia enxergá-la, mas sua existência foi deduzida por ela fazer objetos caírem no solo quando soltos. Deste fenômeno tão comum no nosso dia-a-dia, pôde-se deduzir que ela é a mesma força que move os planetas; os átomos foram deduzidos quando, realizando-se misturas entre substâncias diversas, observou-se os produtos que se formavam através das reações entre elas. Ninguém precisou enxergar os átomos para saber que eles existiam. Aliás, todas as partículas que formam o átomo foram deduzidas através de métodos que as evidenciaram indiretamente.
Através dos efeitos se chegou às causas.

   Poderíamos citar inúmeros outros exemplos semelhantes de como, através de observações indiretas, muito do que a ciência conhece hoje foi estabelecido.

     Da mesma forma, podemos deduzir se, por trás da criação do nosso universo, existe uma causa inteligente. Foi o que os Espíritos Superiores nos ensinaram quando ditaram O Livro dos Espíritos. Assim, na Questão 4dessa obra, temos:

Onde se pode encontrar a prova da existência de Deus?”

"Num axioma que aplicais às vossas ciências. Não há efeito sem causa. Procurai a causa de tudo o que não é obra do homem e a vossa razão responderá."

Comentário de Allan Kardec:

Para crer em Deus, basta lançar os olhos sobre as obras da Criação. O Universo existe, logo tem uma causa. Duvidar da existência de Deus seria negar que todo efeito tem uma causa e avançar que o nada pôde fazer alguma coisa.”

      E nas Questões 7, 8 e 9 da mesma obra, temos:

Questão 7: Poder-se-ia encontrar nas propriedades íntimas da matéria a causa primeira da formação das coisas?

"Mas, então, qual seria a causa dessas propriedades? É preciso sempre uma causa primeira."

Comentário de Allan Kardec:

Atribuir a formação primeira das coisas às propriedades íntimas da matéria seria tomar o efeito pela causa, pois essas propriedades são, em si mesmas, um efeito que deve ter uma causa.”

Questão 8: Que pensar da opinião que atribui a formação primeira a uma combinação fortuita da matéria, ou seja, ao acaso?

"Outro absurdo. Que homem de bom-senso pode considerar o acaso como um ser inteligente? E, além disso, o que é o acaso? Nada."

Comentário de Allan Kardec:

A harmonia que regula as forças do Universo revela combinações e propósitos determinados e, por isso mesmo, denota um poder inteligente. Atribuir a formação primeira ao acaso seria um contrassenso, pois o acaso é cego e não pode produzir os efeitos que a inteligência produz. Um acaso inteligente já não seria acaso.”

Questão 9: Em que é que, na causa primária, se revela uma inteligência suprema e superior a todas as inteligências?

"Tendes um provérbio que diz: Pela obra se conhece o autor. Pois bem! Vede a obra e procurai o autor. É o orgulho que gera a incredulidade. O homem orgulhoso nada admite acima de si e é por isso que se julga um espírito forte. Pobre ser, que um sopro de Deus pode abater!"

Comentário de Allan Kardec:

Julga-se o poder de uma inteligência pelas suas obras. Não podendo nenhum ser humano criar o que a Natureza produz, a causa primeira é, portanto, uma inteligência superior à Humanidade.
Quaisquer que sejam os prodígios realizados pela inteligência humana, ela própria tem uma causa e, quanto maior for o que realize, tanto maior há de ser a causa primeira. Essa inteligência superior é que é a causa primeira de todas as coisas, seja qual for o nome pelo qual o homem a designe.”

      Passados 159 anos das respostas acima, dadas pelos Espíritos Superiores, longe de desmentí-las, a ciência vem, cada vez mais, confirmando-as. A ciência humana, para o assombro dos materialistas, tem obtido as provas de que houve um fino ajuste nas leis físicas universais para que o Universo pudesse originar e manter a vida, inclusive vida inteligente, em abundância.

       O renomado físico da Grã-Bretanha Freeman Dyson afirmou:

Quanto mais examino o Universo e os detalhes de sua arquitetura, mais encontro indícios de que o Universo, de certo modo, devia saber que nós iríamos surgir.”

      A física Vera Kistianikowsky, do MIT (Instituto de Tecnologia de Massachussets), nos EUA, disse:

A primorosa ordem exibida por nossa compreensão científica do mundo físico requer o divino.”

      John Polkinhorne, um físico de partículas inglês, escreveu:

O universo não é apenas 'um mundo velho qualquer', mas é especial e perfeitamente sintonizado para a vida porque é a criação de um Criador que deseja que assim seja.”

      O astrofísico Paul Davies declarou:

A tentação de acreditar que o universo é o produto de algum tipo de projeto, uma manifestação do sutil julgamento estético e matemático, é impressionante. A opinião de que há ‘alguma coisa por detrás de tudo’ é algo que pessoalmente compartilho, suspeito, assim como a maioria dos físicos.”

Questão 38 de O Livro dos Espíritos: Como criou Deus o Universo?

Para me servir de uma expressão comum: por sua Vontade. Nada representa melhor essa vontade todo-poderosa do que estas belas palavras em Gênesis (1:3): “Deus disse: Faça-se a luz e a luz foi feita.”

      É praticamente consenso, entre os físicos, que o universo começou como um ponto de pura energia sem dimensões e infinitamente denso. Desde cerca de 14 bilhões de anos atrás ele está se expandindo, o que foi chamado de Big Bang (Grande Explosão). Até hoje as distâncias entre as galáxias estão aumentando.

Questão 39: Poderemos conhecer o modo de formação dos mundos?

Tudo o que se pode dizer e podeis compreender é que os mundos se formam pela condensação da matéria disseminada no Espaço.”

      Durante o primeiro milhão de anos após o Big Bang, a temperatura caiu e os átomos mais simples começaram a se formar. A matéria formada se concentrou pela ação da gravidade. Adquiriu um movimento de rotação e, a partir disso, surgiram as galáxias e nelas centenas de milhões de estrelas, com o seu formato característico de disco, a exemplo da nossa Via-Láctea e seus braços em espiral.

                      A VIA LÁCTEA
Fonte da imagem: http://thoth3126.com.br/a-nossa-galaxia-pode-ter-17-bilhoes-de-terras/

      Toda a matéria no universo foi gerada no Big-Bang, mas o universo primitivo continha apenas os elementos mais simples: hidrogênio, hélio e um pouquinho de lítio. Todos os demais elementos químicos (como carbono, oxigênio, nitrogênio e ferro) foram produzidos por estrelas através de fusões nucleares, nas quais núcleos de átomos mais leves se juntam para formar núcleos de átomos mais pesados, gerando, dessa maneira, os elementos químicos mais pesados a partir dos mais leves. A luz e o calor emitidos pelas estrelas vem da fusão nuclear que ocorre em seu interior.

Fonte da imagem : http://manualdaquimica.uol.com.br/quimica-geral/elementos-quimicos.htm

           ÁTOMO DE CARBONO

Fonte da imagem: http://historiaybiografias.com/el_atomo/

Questão 41: Pode um mundo completamente formado desaparecer e a matéria que o compõe disseminar-se de novo no Espaço?

Sim, Deus renova os mundos, como renova os seres vivos.”

      Durante a maior parte de suas vidas as estrelas geram energia fundindo hidrogênio em hélio, mas perto do final de suas vidas elas passam a gerar energia produzindo elementos como carbono, oxigênio, nitrogênio e ferro. As estrelas com grande massa morrem em enormes explosões (supernovas), nas quais espalham esses elementos pesados no espaço, os quais se misturam ao gás e poeira existentes nas galáxias para serem incorporados na geração de novos sistemas estelares.

      Há cerca de 4,5 bilhões de anos atrás, quando nosso sistema solar se formou, esse processo de reciclagem do gás interestelar já vinha ocorrendo havia bilhões de anos. A nebulosa que originou nosso sistema solar, embora sendo 98% hidrogênio e hélio, já tinha 2% de todos os outros elementos químicos, que permitiram a formação dos planetas rochosos, como a Terra, e dos próprios seres vivos há aproximadamente 3,5 bilhões de anos. Nosso sol é uma estrela de segunda ou terceira geração, com cerca de 5 bilhões de anos de idade.

      Todo o material de que nossos corpos físicos são feitos (exceto hidrogênio e parte do hélio) foram produzidos nas estrelas que morreram antes do sistema solar se formar. Somos produto das estrelas. Como disse o famoso astrônomo Carl Sagan, somos "poeira das estrelas".

SINTONIA FINA DAS LEIS UNIVERSAIS

      Muitos físicos acreditam que as numerosas leis da Física foram finamente sintonizadas intencionalmente, desde o início do Universo até o aparecimento do homem. Para eles, o Universo que habitamos claramente demonstra ter sido planejado para o surgimento dos seres humanos.

      Uma série de misteriosas “coincidências” no Universo foram descobertas, todas elas contribuindo para que o homem surgisse. Eis alguns exemplos:

   Uma mínima alteração das 4 forças fundamentais da Física – Gravidade, Eletromagnetismo, Força Nuclear Forte e Força Nuclear Fraca – resultaria em um Universo apenas formado de hélio, sem prótons (partícula do núcleo do átomo) e nem átomos maiores, sem estrelas, que desmoronaria sobre si mesmo antes dos primeiros momentos de sua existência.

      Caso fossem modificadas as proporções exatas das massas das partículas subatômicas, umas em relação às outras, haveria efeitos semelhantes.

    A gravidade é cerca de 1039 vezes mais fraca que a força eletromagnética. Se a gravidade fosse 1033 vezes mais fraca, as estrelas teriam um bilhão de vezes menos massa e queimariam um milhão de vezes mais rápido.

      A Força Nuclear Fraca tem 1028 vezes a força da gravidade. Caso a Força Nuclear Fraca fosse levemente mais fraca, todo o hidrogênio no Universo teria se transformado em hélio, e, sem hidrogênio, não haveria água e inúmeras substâncias orgânicas essenciais à vida, por exemplo.

      Uma alteração de 2% na Força Nuclear Forte teria impedido a formação dos prótons, produzindo um Universo sem átomos. Decrescendo seu valor em 5%, teríamos um universo sem estrelas.

      Se a diferença de massa entre o próton e o nêutron (partículas do núcleo do átomo) não fosse exatamente a que é – aproximadamente duas vezes a massa de um elétron (partícula que gira em torno do átomo) - então todos os nêutrons se transformariam em prótons e vice-versa. Assim seria comprometida toda a química conhecida – e, consequentemente, a vida.

      As propriedades da água, substância essencial para a vida, são enigmáticas. Ela é a única molécula que é mais leve no estado sólido do que no estado líquido: o gelo flutua. Se isso não acontecesse, os oceanos congelariam de baixo para cima e a Terra, agora, estaria coberta de gelo. Além disso, as inúmeras espécies aquáticas que vivem abaixo do gelo não teriam seu habitat. A água é um excelente meio para as substâncias essenciais à construção e manutenção das células de todos os seres vivos. Essas propriedades da água podem ser atribuídas às propriedades exclusivas do átomo de hidrogênio.

      A síntese do carbono, que ocorre dentro das estrelas, como já vimos – sendo este elemento a base de todas as moléculas orgânicas e, portanto, da vida – possui uma espantosa coincidência na proporção da Força Nuclear Forte com o Eletromagnetismo. Essa proporção permite ao Carbono 12 atingir um estado estimulado de exatidão da ordem de 7,65 MeV na temperatura típica do centro das estrelas, o que cria uma ressonância que envolve o Hélio 4, o Berilo 8 e o Carbono 12, possibilitando a ligação necessária que somente ocorre durante um intervalo mínimo de tempo, que dura apenas 10-17 segundos.

      Caso a Força Nuclear Forte fosse 0,5 % mais intensa do que seu valor real, não haveria virtualmente nenhum carbono no universo. E se a Força Nuclear Forte fosse 0,5% mais fraca, não haveria nenhum oxigênio.

      O físico Fred Hoyle apresentou o problema de forma magistral:

“Tudo o que vemos no Universo de observações e fatos, em oposição ao estado mental dos esquemas e suposições, permanece inexplicado. E mesmo em seu supostamente primeiro segundo, o Universo em si não é casual. Isso quer dizer que o Universo precisa saber com antecedência o que irá acontecer antes de saber como iniciar a si próprio. Porque, de acordo com a Teoria do Big-Bang, por exemplo, em um período de 10-43segundos o Universo precisa saber quantos tipos de neutrino irão existir no período de 1 segundo. Isso funciona de modo a iniciar a expansão na taxa exata para adequar-se ao número final de tipos de neutrino”.

    A fina sintonia de valores e proporções, sem ligação aparente entre eles, mas necessários para ir do Big-Bang à vida cono a conhecemos, inclusive a vida inteligente, faz parte de uma complexa coordenação em amplas diferenças na escala – desde o nível intergaláctico ao subatômico - e através de sistemas de tempo de vários bilhões de anos.

A ENORME POSSIBILIDADE DE VIDA ABUNDANTE NO UNIVERSO

     A quantidade de mundos com capacidade para abrigar a vida no Universo, inclusive vida inteligente, tal como a conhecemos, é enorme.

      Recentemente, uma equipe internacional de astrônomos procurou determinar o quanto são comuns os planetas em nossa galáxia, a Via-Láctea. Depois da observação de milhões de estrelas durante seis anos, utilizando uma nova técnica chamada de microlente gravitacional, a equipe concluiu que planetas em torno de estrelas são a regra, e não a exceção.

      Sob a coordenação do Observatório Europeu do Sul, a pesquisa utilizou, na sua maior parte, um telescópio do observatório La Silla, no Chile.

      Um co-autor do artigo científico dessa pesquisa, Daniel Kubas, disse:

"Anteriormente pensava-se que a Terra seria única na nossa Galáxia. Mas agora parece que literalmente bilhões de planetas com massas semelhantes à da Terra orbitam estrelas da Via Láctea."

    Essa equipe de astrônomos também concluíu que os planetas rochosos, apenas um pouco maiores que a Terra, são também comuns nas zonas habitáveis em torno das estrelas vermelhas de baixa luminosidade – as chamadas anãs vermelhas. Ela estimou que existem dezenas de bilhões desses planetas só na nossa galáxia, e provavelmente cerca de uma centena nas proximidades do nosso Sol.

      As estrelas estudadas apresentam fraca luminosidade e são menores que o Sol. Porém, correspondem a 80% de todas as estrelas da Via Láctea, além de terem uma vida muito longa.

    Neste estudo, foi utilizado um espectrógrafo HARPS, também instalado num telescópio em La Silla, no Chile.

    O tamanho dos planetas, tendo pouca diferença em relação ao tamanho da Terra, indica que a intensidade da força da gravidade neles é próxima à da nossa, sendo este um importante fator para o surgimento e a manutenção da vida como a conhecemos. 

      O líder da equipe, Xavier Bonfins, disse:

"As nossas novas observações obtidas com o HARPS indicam que cerca de 40% de todas as estrelas anãs vermelhas possuem uma super-Terra que orbita na zona habitável, isto é, onde água líquida pode existir na superfície do planeta."
"Como as anãs vermelhas são muito comuns - existem cerca de 160 bilhões de estrelas deste tipo na Via Láctea - chegamos ao resultado surpreendente de que existirão dezenas de bilhões destes planetas só na nossa galáxia."

    Em uma pesquisa, divulgada em 2013, no encontro semestral da Sociedade Astronômica Americana, na Califórnia, constatou-se que até uma em cada seis estrelas pode abrigar um planeta do tamanho da Terra. Os pesquisadores afirmam que pode haver um total de 17 bilhões desses planetas em toda a nossa galáxia. Essa pesquisa baseou-se em análises de possíveis planetas revelados pelo telescópio espacial Kepler.

    Cientistas encontraram evidências de que os blocos constituintes da vida são universais.

     No ano passado, astrônomos detectaram a presença de moléculas orgânicas complexas, os blocos constituintes da vida, num disco protoplanetário que rodeia uma estrela jovem. A descoberta confirma que as condições que deram origem à Terra e ao Sol não são únicas no Universo. Um disco protoplanetário é constituído de poeira e gás, que se forma em torno de estrelas jovens e dá origem a planetas.
     Este estudo demonstrou que os discos protoplanetários são altíssimamente eficientes na formação de moléculas orgânicas complexas e que as conseguem formar em tempo relativamente curto.
   Os astrônomos acreditam que é provável que as moléculas orgânicas existentes nos cometas e em outros corpos gelados sejam levadas para meios mais propícios ao desenvolvimento de vida, como planetas rochosos localizados nas zonas habitáveis de suas estrelas.
     Karin Öberg, astrônoma no Harvard-Smithsonian Center for Astrophysics, Cambridge, Massachusetts, EUA e autora principal do artigo científico deste estudo, disse:
Temos agora mais evidências de que a mesma química existe noutros lugares do Universo, em regiões que poderão eventualmente formar sistemas solares parecidos ao nosso
A partir do estudo de exoplanetas, sabemos que o Sistema Solar não é único no seu número de planetas ou em abundância de água”, conclui Öberg. “Sabemos agora que não somos únicos em química orgânica. Uma vez mais, aprendemos que não somos especiais. Do ponto de vista da vida no Universo, isto são excelentes notícias.

     Todos os seres vivos que conhecemos, da bactéria ao ser humano, isto é, do mais simples ao mais complexo, possuem em suas células diversas máquinas moleculares altamente complexas, organizadas e eficentes.

      A enorme quantidade de fortíssimas evidências de que a alma é independente do corpo, desde os tempos de Allan Kardec até hoje, obtidas por inúmeros cientistas em pesquisas sérias e rigorosas (muitas já publicadas neste blog), demonstram a existência de nossa natureza imortal, e de todo um mundo invisível ao nosso redor, morada dos Espíritos desencarnados.


      Tudo isto leva à conclusão de que, por trás do nosso universo, existe uma Inteligência Suprema que o idealizou e Criou. Esta verdadeira escola para a evolução do Espírito.


BIBLIOGRAFIA CONSULTADA:

1 KARDEC, Allan. O livro dos Espíritos. Brasília: FEB, 2013;

2 BARBOUR, Ian G. Quando a ciência encontra a religião. São Paulo: Cultrix, 2004;

3 COLLINS, Francis S. A linguagem de Deus: um cientista apresenta evidências de que Ele existe. São Paulo, Ed.Gente, 2007;

4 DAVIES, Paul C. W. The Christian perspective of a Scientist, revisto por John Polkinghorne, The Way the World Is, New Scientist, 98:1354, jun. 2, 1983, p. 638-639;

5 GLYNN, Patrick. Deus, a evidência: A reconciliação entre a fé e a razão no mundo atual. Madras, 1999;

6 KAKU, Michio. Mundos paralelos: uma jornada através da criação, das dimensões superiores e do futuro do cosmo. Rio de Janeiro: Rocco, 2007;

7 OBERHUMMER, H.; CANTO, A.; SCHIOTTI, H. Stellar Production Rates of Carbon and Its Abundance in the Universe. In: Science 289, 7 jul. 2000, p. 88-90;


ENDEREÇOS ELETRÔNICOS CONSULTADOS: